E quando você liga pra casa, descobre a importância e a saudade que sente de seus familiares. Ouvir suas vozes faz com que você queira voar até sua casa só para poder estar perto. Só para poder abraçar, tocar, sentir o cheiro e ouvir - seja lá o que for - da boca daqueles que você tanto ama e que nem sempre consegue demonstrar. Você segura a lágrima, ordena a si mesmo não caia! Não quer que sua voz embargada entregue a falta que você sente daqueles abraços todos, de toda a atenção, daqueles 5 segundos de contato humano que fazem a diferença. Sempre...
E você pensa em suas dores. Nos seus amores. E não sabe se ri ou se chora. Não sabe o que fazer ou para onde ir. Mas vai... Porque sabe que cada detalhezinho desses, cada pedacinho de vida vai ficando pra trás... E as frustrações diminuem. Os arrependimentos também. Você vai perdendo-os, propositadamente, pelo caminho. Ou melhor, vai esquecendo-os por onde passa. Já não tem medo de olhar para trás porque sabe exatamente o que deixou para trás. E não quer tudo isso de volta. Nunca mais. Quer dores diferentes. Amores maiores. Perdas menores. Ganhos significativos. Quer mais da vida. Bem mais...
E quando sua mãe diz volte a vontade é de ir correndo. Você pensa e lembra de tudo o que passou e viveu para chegar até ali. De tudo o que ainda tem que viver e sofrer. De tudo o que ainda vai ter que abrir mão. Mas também pensa na felicidade. No aprendizado contínuo e duro. E por mais que te doa na cabeça e no coração você se prepara para uma resposta fria e calculada. Sabe que vai passar a próxima meia hora chorando em função dela. Mas diz: Não mãe, ainda não é hora de voltar... E desliga o telefone antes que ela possa responder ou perguntar qualquer outra coisa. E você se lamenta ainda mais que antes. Soluça e chora sem parar porque em sua pressa e em seu egoísmo momentâneo esqueceu de dizer a única coisa que ela esperava e precisava ouvir: te amo...
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