quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Hora de voltar...

Você caminha. Por horas e horas antes de parar para descansar. Você tem um rumo, mas não tem prazo ou data certa para chegar. Quem comanda o ritmo é você. Quem determina o quanto caminhar, também. E você vai... Segue. Para onde quiser. Livre de pensamentos. Outras vezes abarrotado por eles. É a tal viagem de autoconhecimento. De descobrimento. Chega de conforto. Você quer é sentir a dor na pele, nas juntas, nos músculos e articulações. Comendo e bebendo o suficiente para manter-se em pé. Vivendo como um andarilho. Aprendendo como ser humano.
E quando você liga pra casa, descobre a importância e a saudade que sente de seus familiares. Ouvir suas vozes faz com que você queira voar até sua casa só para poder estar perto. Só para poder abraçar, tocar, sentir o cheiro e ouvir - seja lá o que for - da boca daqueles que você tanto ama e que nem sempre consegue demonstrar. Você segura a lágrima, ordena a si mesmo não caia! Não quer que sua voz embargada entregue a falta que você sente daqueles abraços todos, de toda a atenção, daqueles 5 segundos de contato humano que fazem a diferença. Sempre...
E você pensa em suas dores. Nos seus amores. E não sabe se ri ou se chora. Não sabe o que fazer ou para onde ir. Mas vai... Porque sabe que cada detalhezinho desses, cada pedacinho de vida vai ficando pra trás... E as frustrações diminuem. Os arrependimentos também. Você vai perdendo-os, propositadamente, pelo caminho. Ou melhor, vai esquecendo-os por onde passa. Já não tem medo de olhar para trás porque sabe exatamente o que deixou para trás. E não quer tudo isso de volta. Nunca mais. Quer dores diferentes. Amores maiores. Perdas menores. Ganhos significativos. Quer mais da vida. Bem mais...
E quando sua mãe diz volte a vontade é de ir correndo. Você pensa e lembra de tudo o que passou e viveu para chegar até ali. De tudo o que ainda tem que viver e sofrer. De tudo o que ainda vai ter que abrir mão. Mas também pensa na felicidade. No aprendizado contínuo e duro. E por mais que te doa na cabeça e no coração você se prepara para uma resposta fria e calculada. Sabe que vai passar a próxima meia hora chorando em função dela. Mas diz: Não mãe, ainda não é hora de voltar... E desliga o telefone antes que ela possa responder ou perguntar qualquer outra coisa. E você se lamenta ainda mais que antes. Soluça e chora sem parar porque em sua pressa e em seu egoísmo momentâneo esqueceu de dizer a única coisa que ela esperava e precisava ouvir: te amo...

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Seja o meu príncipe...

Porque o melhor beijo é o seu... O abraço mais apertado... O mais sincero... A risada mais gostosa... O choro mais doído... Os olhos azuis mais lindos e transparentes são os seus: que me desmontam com um simples oi ou um eu te amo muito... Mesmo que você ainda não entenda completamente e não perceba a importância daquilo que diz... Porque você me enxerga não apenas como dinda, mas como amiga. Como criança. Alguém igual a você. Porque diante dos seus olhos consigo perceber o melhor de mim...Porque você enxerga a minha beleza onde ela realmente está. Você me respeita. Você me faz feliz. Descubro você - e vice-versa - todos os dias. Dizem que príncipes encantados não existem. Mas que sorte a nossa vivermos em um outro mundo! No nosso mundinho imaginário você já é quase rei...

domingo, 13 de setembro de 2009

Definição de saudade

- Eu tô com saudade...
- Saudade*? O que ser isso?
- Ser um bichinho não domesticado que invade os cérebros das pessoas pra colocar lembranças de outras pessoas importantes e pra fazer com que se pense nelas frequentemente...

*Definição dada por uma criança de quase 30 anos à uma outra um pouco mais nova.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Por que eu gosto de você?

[Silêncio na linha...]
- É tão difícil assim você dizer o porquê gosta de mim?
- Não, não é difícil. Só não é um bom momento pra me perguntar. Eu estou levemente alcoolizada e não raciocino direito. Você sabe disso...
- E é exatamente por isso que eu pergunto. Eu adoro quando tua cabeça fica zureta porque ela pega tudo o que eu quero saber quando você muda de assunto e me conta de uma vez só!
- Manipuladorzinho barato você!
- Me diz, por favor...
- Tá, mas depois disso, podemos voltar a falar sobre amenidades? Como se eu nem tivesse me pronunciado a respeito?
- Vai ser como se você nem tivesse mencionado nada. Prometo!
- Tá...Bom, eu gosto de você pelo homem que você me mostra ser, pelo amigo que é e não deixou de ser - mesmo depois de tanto tempo - e ainda mais agora... Eu gosto de você por me respeitar, por me querer bem, por não me fazer chorar - porque isso é tão fácil e por mais que eu me mostre uma fortaleza humana... E se eu choro é pela saudade e por querer coisas que estão fora do meu alcance e mais ainda por querer que você me dê tudo isso... Eu gosto de você porque você me faz rir, porque se preocupa comigo e porque é solidário aquilo que é importante pra mim ou que faz parte da minha vida... Eu gosto de você porque por mais que você diga o contrário, tudo aconteceu de forma espontânea e sem esperar... Eu gosto de você porque você é um tanto diferente de mim e me mostra outras várias coisas que eu talvez nem tivesse - um dia - a intenção de considerar... Eu gosto de você porque você me faz bem, porque está sempre comigo - da melhor maneira que a gente pode - e porque eu não sentia nada assim fazia tempo... Gosto de você porque eu estou feliz, mesmo você estando tão longe... E não é pra se assustar porque eu tenho muito bem noção da nossa situação, tá... Se eu falo é porque prefiro liberar à ficar guardando aquilo que eu sinto só pra mim... Eu te gosto por tudo isso e talvez mais, mas minha cabeça já tá meio zureta e... Bom, deixa pra lá... Acabei... Que horas você viaja amanhã?
[Silêncio na linha... ]...
- Você ainda tá aí?
[Silêncio continua na linha...]