quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

2009 tá aí...

Fecho o ano com um texto que recebi por e-mail na virada de 2007/08. É lindo e traz o espírito que quero carregar comigo ano que vem. 2008 já é passado. 2009 está aí e é nele que eu quero pensar... E viver!


Dentro de alguns dias estaremos no último dia do ano de 2008...
E depois da meia-noite, virá o Ano Novo...
O engraçado é que - teoricamente - continua tudo igual....
Ainda seremos os mesmos.
Ainda teremos os mesmos amigos.
Alguns o mesmo emprego.
O mesmo parceiro.
As mesmas dívidas, emocionais e financeiras.
Ainda seremos fruto das escolhas que fizemos durante a vida.
Ainda seremos as mesmas pessoas que fomos este ano...
A diferença, a sutil diferença, é que quando o relógio nos avisar que é meia-noite do dia 31 de dezembro de 2008, teremos um ano in-tei-ri-nho pela frente!
Um ano novinho em folha!
Como uma página de papel em branco, esperando pelo que iremos escrever.
Um ano para começarmos o que ainda não tivemos força de vontade, coragem ou fé...
Um ano para perdoarmos um erro, um ano para sermos perdoados dos nossos...
365 dias para fazermos aquilo que quisermos...
Ou para deixarmos que façam o que quiserem conosco...
Sempre há uma escolha...
E, exatamente por isso, eu desejo que os meus amigos façam as melhores escolhas que puderem.
Desejo que sorriam o máximo que puderem.
Cantem aquilo que quiserem.
Beijem muito.
Amem mais.
Abracem bem apertado.
Durmam com os anjos.
Sejam protegidos por eles.
Agradeçam por estarem vivos e terem sempre mais uma chance para recomeçar.
Agradeçam suas escolhas, pois certas ou não, elas são suas.
E ninguém pode ou deve questioná-las.
Eu gostaria de agradecer aos amigos que tenho.
Aos que me acompanham desde muito tempo.
Aos que eu fiz este ano.
Aos que eu escrevo pouco, mas lembro muito.
Aos que eu escrevo muito e falo pouco.
Aos que moram longe e não vejo tanto quanto gostaria.
Aos que moram perto e eu vejo sempre.
Aos que me seguram, quando penso que vou cair.
Aos que eu dou a mão quando me pedem ou quando me parecem um pouco perdidos.
Aos que ganham e perdem.
Aos que me parecem fortes e aos que realmente são.
Aos que me parecem anjos, mas estão aqui e me dão certeza de que existe algo de divino neste mundo.
Porque ninguém seria um anjo na vida de outra pessoa, se não tivesse uma centelha divina dentro de si.

Obrigada por fazer parte da minha história!

(autor desconhecido)

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Ver você dormir...

É curioso como fico desperta ao seu lado. Quando sozinha sofro horrores com a minha maldita insônia e os malabarismos que preciso fazer pra conseguir dormir. Mas com você a noite é pura calmaria. Não me preocupo se e que horas vou dormir ou com a qualidade do meu sono. É indiferente. À meia luz, fixo meu olhar em você. E observo. Me pergunto o que será que está pensando. Será que sonha? Seu semblante me passa uma paz que eu geralmente não consigo sentir. Nem acordada, muito menos dormindo. Aproximo meu rosto ao seu. Quem sabe estando bem pertinho eu consiga entender ou perceber a sutileza dessa entrega. Qual é o segredo?, sussuro ao seu ouvido. Gosto de sentir sua respiração quente de encontro à minha pele: faz cócegas e eu sorrio. O hálito que sai da sua boca é a certeza de que você está bem. Meu coração pequeno agradece o conforto que você me proporciona. Ao contemplá-lo, me agarro a um fio de esperança de que as pequenas coisas, as mais simples e os pequenos gestos não são tão banais assim. Mesmo que quase tudo me prove o contrário. Nada é banal quando se está com alguém que te ama.

Sei que não é a hora mais apropriada, mas preciso - de alguma forma - te mostrar todo o meu carinho. Não que você vá perceber, é lógico. A verdade é que eu aprendo demais com você. Nossa proximidade faz com que eu renove todos os sentimentos bons que existem em mim, mas que insistem em serem pisoteados como se fossem ou não representassem nada. Parte da culpa é minha, pois continuo permitindo que isso aconteça. Mas nem é isso que me importa no momento. Agora eu só quero você e a sua paz mostrando à minha mente inquieta tudo aquilo que eu preciso pra sair deste marasmo. Não parece, mas respeito o seu momento de descanso mesmo que a minha vontade seja a de te ouvir falando pelos cotovelos. Meus lábios, suavemente, beijam a sua testa. Delicadamente passo meus dedos pelo seu rosto... Suas pálpebras e sobrancelhas. Desenho círculos em suas bochechas para depois contornar sua fisionomia. Sua testa é lisinha e despreocupada, seu nariz pontudinho sangra com facilidade. Sua boca é tão serena e suas palavras têm poder de cura... Te amo tanto e você ainda nem sabe direito o quanto isso significa...

Minha mão sobe novamente de encontro aos seus cabelos. Adoro sentir suas madeixas por entre os meus dedos finos. É como se você precisasse disso para continuar dormindo e sonhando o seu sonho mais lindo. Mesmo no frio, você sua bastante quando coberto. Como sou friorenta do nariz aos pés, abaixo um pouco a manta para que seu corpo possa respirar. Tão lindo, tão calmo, tão em paz. Tudo aquilo que eu queria pra mim na noite de hoje... E sempre. Seguro a sua mão, brinco com seus dedos entrelaçando-os aos meus. Sua mão quente contrasta com a minha que é fria. Seguro-a até que alcancemos o equilíbrio de nossas temperaturas. Depois de todo esse tempo a observar os sinais do seu corpo, você ainda dorme. Abaixo a manta de vez para sentir os seus pés. Quando frio nem tiro sua meia, mas quando calor gosto de brincar com os seus dedos. Tocá-los um a um e passear os meus dedos pela sola do seu pé comprido. Às vezes você sente um leve incômodo, mas tem vezes que não. Quando sua posição me permite, tento dormir abraçada a você - de conchinha. É uma forma de te proteger. Proteção essa que um dia eu também quero poder sentir. Você ainda é uma criança de 4 anos e é o mundo pra mim... A tranqüilidade que eu quero viver é justamente essa: a que eu encontro ao te observar. A que eu sinto ao cuidar de você...

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

(in)diretas

Você não sabe e nem vai acreditar, mas sou um homem claro e objetivo. Isso não quer dizer que seja grosso, apenas não sei enrolar. Sou assim com qualquer pessoa e sobre qualquer assunto. Esperava que você fosse assim comigo também, mas a verdade é que você tem me confundido do início ao fim. Não consigo entender suas palavras, muito menos suas atitudes. É tudo tão incoerente...

Nem sempre tenho opinião formada sobre alguma coisa. É fato. Nesses casos, fico quieto e escuto as demais pessoas. Quando tenho que falar, falo sem pestanejar. Dou a cara pra bater, sem medo de ser (in)feliz. Só assim para crescer enquanto pessoa e fortalecer opiniões. Mas funciono assim com coisas pequenas, do cotidiano e que, às vezes, nem têm tanta importância assim. Banalidade gera mais banalidade. Esse é o meu lema! O que me preocupa é não me fazer entender em relacionamentos interpessoais. Sim, porque eu me entendo de alguma maneira! Não entendo o nosso relacionamento e nem sei dizer se temos algum... Será que dá pra ser mais (in)direta?

Há 1 mês, depois de vários sem contato, consegui beijá-la pela primeira vez. Não sei se você estava esperando, mas sei que gostou. Através do seu olhar, percebi o quanto me queria. Insisti em você, mesmo com o seu aparente (des)caso. Não me diga que foi vencida pelo cansaço porque não condiz com a urgência dos seus lábios colados e brigando junto aos meus. Você me queria tanto quanto eu te queria. Foi um ataque surpresa: você deu bobeira e eu aproveitei. Você deixou-se aproveitar. E foi bom, muito bom. Algo arrebatador...

Não me preocupei em pegar seu telefone, nem você o meu. E agora? Quero falar e sair com você, mas não sei exatamente o que dizer. Estávamos pra lá de bêbados quando tudo aconteceu? Poderia beijá-la de novo sem achar que seu irmão, meu brother, me excluiria da sua lista de amigos? Você me 'joga' algumas (in)diretas e eu respondo com algo que julgo (in)direto. Como diabos vamos no entender? Sejamos honestos com relação ao que sentimos ou queremos, pelo amor de Deus!

Trocamos mensagens banais e até mesmo estas já me perturbam. Sempre procuro algo nas entrelinhas. Algo que talvez (in)exista. A sensação de estar pisando em ovos ainda é grande. Das duas uma: ou você é a mulher mais cruel que já conheci na vida ou decididamente é a melhor de todas! Me deixou sem rumo, sem me entender, mas louco pra passar mais tempo com você. Não sei dizer quanto tempo... Você é um poço de mistérios a descobrir...

Estou confuso e ansioso, mas ao mesmo tempo feliz e esperançoso. Estou sendo brega, eu sei! Te quero, mas não sei dizer o que você quer. Uma hora diz uma coisa, na outra se contradiz inteira. A sua (in)decisão leva à minha. Caceta! Ou eu sou muito burro ou você gosta de fazer os outros sofrerem com essa sua aparente (in)diferença. No fundo, como toda mulher, você quer ser (re)descoberta e amada pela contradição ambulante que é. O que você não sabe é que eu estou mais do que disposto a ir até o fim com você. Até o ponto em que todos os seus mistérios me sejam revelados para que alguns novos possam (re)nascer.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Como é grande o meu amor por você...

Você sabe que eu te amo. Nunca cheguei a dizer isso o bastante, mas eu amo e muito. Quando você partiu eu era pequena o suficiente pra não saber a importância de ouvir isso. Toda vez que você me chamava, eu fugia com um já vou, já vou! E quase não ia. Quando desatenta, me agarrava, me segurava forte e falava coisas ao meu ouvido, enquanto eu tentava me desvencilhar pra voltar a brincar. Se eu apenas soubesse, teria feito todas as suas vontades. Teria parado toda vez pra te ouvir, te encher de beijos e brincar com você. Teria feito mais, muito mais do que pude fazer. Eu só tinha 8 anos e o nosso tempo foi tão curto...

Você foi a primeira pessoa importante que eu perdi na vida. Aquela que doeu mais. Meu avô, meu herói. Lembro do último dia que te vi aqui em casa. Você estava sentado no sofá e eu estava em pé ao seu lado. Tinha um tubinho, - parecia um caracol - , com seu sangue correndo por dentro, grudado à sua mão. Deve ter me chocado, mas eu imaginava que tudo ia ficar bem. Você me explicou o porquê daquilo, mas na minha vida tão compromissada de criança, logo deixei você pra trás, mais uma vez. Também foi a última...

Meu pai foi o responsável por contar a notícia. À medida em que ele falava, meus olhos já estavam arregalados de tanta apreensão. Sabia que as pessoas partiam para um outro lugar... Só não imaginava que pessoas da minha família também fossem obrigadas a partir um dia. Nunca tive pressa em crescer e o medo de esquecê-lo depois disso era enorme... Lembro da 1a viagem com você e a vó Nina, sem meus pais junto. No meio do caminho estava chorando e pedindo pra voltar. Vocês fizeram de tudo pra me bajular e me acalmar durante o período. Também teve o dia em que caí da barra de flexão que fica presa entre o vão da porta. De tantas cambalhotas que dei, me achando a ginasta, afrouxei a maldita e ela caiu na minha cabeça. Desmaiei. Você estava lá pra acalmar os nervos da minha mãe e levar-nos ao pronto socorro.

E aquele jacaré que peguei com você? Nos embolamos na hora. Enquanto a onda me levava, ralei pernas, queixo, mãos. Quando consegui subir, avistei você: sorrindo como que para acalmar a minha cara assustada. Os apelidos carinhosos que você me deu são usados até hoje. Continuo sendo a neguinha fedida para o meu pai, ou a nega difícil. Mais do que ninguém, você já sabia que eu era dura na queda... Difícil de domar. Lembro do dia em que a minha sandalinha da Xuxa ficou presa na escada rolante. A escada parou e eu não conseguia desprendê-la. Você me acalmava enquanto tirava a dita cuja do meu pé. Também detonei meu joelho - a cicatriz ainda é visível - naquele escorregador de cimento que ficava na pracinha em frente ao seu prédio. Mais uma vez, você estava lá pra mim... Como sempre esteve. Eu só era muito nova pra perceber...

Não muito depois de você morrer, rezei por dias e dias. Talvez anos, pedindo a Deus que não levasse mais ninguém da família, pois a saudade e a falta doíam na alma. Criança nenhuma merece sofrer tamanha ausência. Você foi um excelente jogador de futebol, mas era cardíaco e diabético. Mentia inocentemente pra minha mãe e pra vó quando dizia que não estava mais jogando. Na verdade você jogava com a mesma freqüência e intensidade. O médico te alertava, mas você era teimoso e não iria deixar de fazer aquilo que amava. Se tem uma coisa que me consola é saber que você morreu feliz. Não me importo com o tempo, pois essas e outras lembranças permanecem fortes e eu já não tenho medo de esquecê-lo. É impossível. Seu coração parou de bater, mas o meu ainda não. Você ainda está aqui, eu só não posso te ver ou te abraçar. Hoje, mais do que nunca, sei que você sofre, vibra, vive e permanece com a sua neta mais velha e a mais complicada. Sei que está rindo de tudo isso enquanto eu choro a minha saudade. Vai ter volta! Te amo, vovô Bastos. Desde aquela época, até os dias de hoje e mais forte ainda, no amanhã...

domingo, 7 de dezembro de 2008

Bola na rede

Ela amanheceu um tanto agitada. Ansiosa talvez seja a palavra mais adequada. Hoje acontece a última rodada do campeonato brasileiro e o São Paulo vai ser campeão, mas ela pouco se importa com isso. Está mais preocupada com a situação do seu time entre aqueles que ainda correm o risco de serem rebaixados. A verdade é uma só e nem adianta disfarçar: ela viveu num estado de nervosismo puro e constante a semana inteira e dali 90 minutos tudo estaria acabado. Ou ela iria lamentar e viver uma situação nunca vista antes - por ela - (seu time caindo pra segundona) ou comemoraria a permanência na primeira divisão como se fosse o título!

Às 17h já estava em frente ao computador, acompanhando os resultados dos demais jogos e com o rádio ligado no seu jogo. O time jogava em casa, mas ela preferiu não se aventurar, pois a última vez que pisou na Baixada o time foi eliminado de uma outra competição qualquer. Não quero ficar com fama de azarada, até mesmo porque eu nunca fui uma. Aguentar os amigos fanáticos culpando-a por uma possível derrota não foi lá muito animador. Pior, os amigos que torcem para o rival iriam pentelhá-la até o ano que vem! O mais prudente era ficar em casa e sofrer sozinha. Ou quase sozinha...

Aquela foto 3X4 do avô já está borrada. Ela costumava carregá-la a todos os jogos do Furacão. Guardava no bolso da jaqueta quando estava frio ou no bolso da sua calça quando estava calor. Quando muito nervosa, se agarrava aquela foto com tanta intensidade e fé que ao menor contato de suas mãos suadas o rosto do avô começou a sumir. Não importa, pois ela sabe que é ele, sabe o que ele representa e sabe o quanto era louco por futebol (foi jogador também) e atleticano fanático. No fundo, ele deve estar feliz por saber que tem uma neta tarada pelo esporte e que lembra de levá-lo toda vez para curtir aquela que foi sua grande paixão: o futebol.

À medida que os gols iam saindo, ela pulava, vibrava, aumentava o som para que a família soubesse da situação do time. Ah, mas a gente não vai cair mesmo, gritava e saia correndo feito uma criança pelos cômodos da casa. Os irmãos eram tomados pela sua alegria, assim como seus pais. Ninguém estava indiferente e cada um acompanhava à sua maneira. Ela tomava água sem parar, antes que a garganta secasse de tanta euforia. Nem os gols do time adversário desanimaram aquela que se redescobriu fanática. Tentava escrever algo que prestasse ao mesmo tempo em que ouvia o locutor exaltado e os repórteres mais ainda. Todo mundo torcendo junto. That's the spirit!, ela pensava. O nervosismo imperou do começo ao fim, mas foi um dia lindo. Pra ela, para o avô e para toda torcida atleticana.

O Atlético salvou o ano de 2008 para aquela que continua com sorte no jogo. O desgosto de cair para uma segundona está e continua bem longe dali. Já no bar, bebendo todas e rindo de tal façanha, decidiu que em 2009 voltaria a freqüentar o Caldeirão juntamente com o seu amuleto: a fotinho 3X4 do avô. Momentos de alegria como esse não podem mais ser evitados, Vô. Ainda mais tendo a certeza de que você estará ao meu lado. Seja lá qual for o resultado...