quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Tudo é você...

Lembro de você toda vez que me deparo com a sinceridade e a preocupação genuína daqueles que gostam de mim ou me amam;

Lembro de não te conhecer e viver um Amor Platônico digno de filme. Lembro de então te conhecer e perceber - ao longo do tempo - que a amizade era o nosso melhor caminho. Foi linda e incondicional.

Música - Dazaranha, Capital Inicial, Tihuana -, violão, céu azul, sol, pancadas de chuva... Alegria sincera, sorrisos despreocupados e piscina me lembram você. Me lembram o melhor de você.

Porres com cachaça Luis(a) Alves e ressacas homéricas também me lembram você. Visualizar você ainda bêbado, mergulhando na piscina e saindo com um puta calombo na testa me faz rir até hoje. "Não tô bem ainda, galera. Acho que vou subir", foi o que vc disse na ocasião. Todos rimos horrores do seu já aparente e imenso galo, além da ressaca. Justo você, que quase não as tinha. Não era de beber muito. Eu em compensação, já era um verdadeiro caso perdido naquela época.

Lembro de você toda vez que vou à praia e vejo o seu apartamento ocupado por uma família que não é a sua. Chapéu de caçador, óculos escuros, cabelos desengrenhados, bermudas de surfista - vermelhas ou azuis - também me lembram você. Seu corpo escultural (desculpe, nunca consegui evitar de te olhar e mais ainda de te espiar pela janela do meu quarto, no 1o andar)... Meninas na sua cola, sem dar trégua, também me lembram você e me irritavam absurdamente. Ciuminho besta, - eu sei - , pois tive você da melhor maneira que eu pude e me foi permitido.

Lembro de você toda vez que tenho dificuldades tecnológicas ou exatas, pois é muita novidade e números pra uma cabeça tão desprovida deste tipo de razão. Palavras cruzadas, esportes 'radicais' com a galera (mesmo eu sendo a pereba de qualquer time), caminhadas pela areia também me lembram você. Nossas conversas ao vivo - sobre música, livros, baladas e casinhos complicados - ou pelo icq também me fazem muita falta.

Lembro do dia em que me declarei, mas já priorizando nossa amizade. Precisava tirar aquilo do meu sistema e foi difícil! Depois de 5 minutos estávamos os dois rindo da situação. Se tem uma coisa da qual não me arrependo foi de um dia ter te contado que você foi o mundo pra mim. Isso me conforta, de alguma maneira... Você ficou sabendo e o 'segredo' de então não morreu comigo... Ele foi declarado e foi embora com você...

Lembro da culpa enorme que você sentiu quando seu pai morreu naquela BR assassina em função de um acidente 'causado por você'. Era doído ver o seu sofrimento, era difícil saber o que te falar. Você também já não se abria mais. Mas isso já não importa, pois 2 anos depois, foi sua vez de partir... Vítima de uma meningite maldita...

Lembro do quanto era bom estar ao seu lado e penso na saudade absurda que sinto de você e o seu ombro gigante (de lutador de jiu-jitsu) a me consolar. Eu não mudei muito, o que significa dizer, que hoje você ainda estaria rindo de todas as coisas absurdas que fiz ou deixei de fazer. As minhas coisas complicadas...

Tenho tantas lembranças suas e de um tempo que foi curto demais... Pra você. Hoje, vivo com uma saudade imensa daquela época. Saudade essa, que nunca tinha conseguido disfarçar quando vc ainda era vivo e tampouco consigo agora...
Te amo, Gaban. E é pra sempre...

4 comentários:

Só para raros disse...

É... Temos um campeão entre os textos! E também uma prova de que existe uma escritora querendo sair de dentro desse corpo que te pertence! Digo isso porque é óbvio que está progredindo, srta... É bom ler você.

beijooo,

Letícia disse...

Muito obrigada, srto. Fico feliz em saber que vc não vai mais sumir e que está curado! Logo, vai poder continuar sendo o meu único leitor. hahaahahahha
Beijos

Só para raros disse...

uhuuuuuuuuuuuuuu
heheheh

Queremos mais! Queremos mais!

beijoo

Unknown disse...

até chorei...