quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

É assim que é...

Ainda estou acordada e lutando com todas as minhas forças para me manter assim. Sentada na poltrona junto à cama, observo você dormir. Agora só me resta guardar na memória aquilo que minhas mãos, lábios, pernas e nariz sentiram em contato direto com o seu corpo. Tento capturar como uma máquina fotográfica cada detalhe minúsculo e que por ventura tenha passado despercebido tamanho o nosso desejo e afobação de horas atrás. Difícil tentar determinar a reação que você causou para cada um dos meus sentidos. Com minhas mãos percorri seu corpo inteiro entre toques suaves e vigorosos. Era essencial, como se me provassem que você realmente estava ali. Sua pele tão macia e branca feito leite contrastava com a minha que é morena. Reparei nas pequenas sardas dos seus ombros e que arranhei de leve como se pudesse apagá-las dali. Seu cheirinho de pêra me fez querer te lamber, morder e chupar feito fruta madura. O tempo todo. Meus lábios molhados percorreram cada pedacinho do seu corpo sem secarem uma única vez. Descobri que aquela sua marquinha abaixo do umbigo é irresistível. Minhas pernas, apesar da diferença de altura, procuravam o encaixe perfeito entre as suas. Você buscava me ler tanto quanto eu. Sua barba cerrada e me arranhando inteira de cima abaixo me levou à loucura. Seus beijos se alternavam tanto que eu já não conseguia corresponder à minha própria urgência de você. Seu hálito de cigarro, disfarçado pelas balas de menta, refrescavam a minha boca quente e sedenta. Seus dedos compridos e delicados sabiam exatamente onde eu queria e precisava ser tocada. Seus olhos me diziam todas as coisas que sua boca não conseguia e nem podia dizer na hora...Você apareceu do nada na porta da minha casa. Mal entrou e já foi me agarrando, arrancando minhas roupas com violência enquanto me beijava furiosamente e me apertava contra a parede, contra você. Cedi na hora. Formalidade pra quê? Já esperamos tempo demais... Só queria saber e sentir o seu corpo colado e transpirando junto ao meu e em perfeita sintonia. Até o fim. Foi uma briga de igual pra igual onde os dois sairam vitoriosos, mesmo que o atual cansaço mostre o contrário. Agora, estou aqui sentada e bebendo uma cerveja pra me acalmar. Não sei quando irei vê-lo novamente e eu preciso guardar esse momento com a maior riqueza de detalhes possível. Não posso e nem quero dormir. Quero estar acordada quando você for embora...Velando o seu sono tenho a certeza de que poderia ser mais do que isso. Respiraria, transpiraria, me alimentaria de você todos os dias, todas as horas, por tempo indeterminado... Mas eu só tive uma noite pra isso, pois amanhã você já está indo embora e não sei quando e se pretende voltar...

2 comentários:

Helio Perez disse...

Esse texto foi um êxito completo. Funcionou inclusive fisicamente!

Letícia disse...

Não tinha visto esse seu comentário! Pelo menos você foi sutil. Obrigada, viu?